sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Variações sobre o tom de Lá (Octávio Sérgio)




Variações sobre o tom de Lá de Octávio Sérgio sound bite

Variações sobre o tom de Lá, de Octávio Sérgio, uma peça para guitarra de Coimbra. Pode ouvir-se uma inerpretação do autor, acompanhado à viola e à guitarra, por Armando Luís de Carvalho Homem.

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010


III Palestra sobre o Canto e a Guitarra de Coimbra, por Tiago Cunha, na sede do Coro dos Antigos Orfeonistas, amanhã, dia 7.

Era uma vez ... o amor




Para ouvir o som da partitura em MIDI






Era uma vez ... o amor sound bite
ERA UMA VEZ... O AMOR
Música: Francisco Sequeira Serrano Baptista
Letra: Francisco Sequeira Serrano Baptista e José Maria Vieira de Assis Pacheco
Incipit: O amor
Origem: Coimbra
Data: 1935

I

O amor
Tem o perfume
Duma flor
E, como o lume,
Dá calor
Que abrasa o coração...

Mesmo assim,
Logo arrefece,
Chega ao fim
E cedo esquece!...
Para mim
Não passa de ilusão...

REFRÃO

Era uma vez... Mas para que contar
Um romance de amor, qualquer?
Dois corações, batendo a par,
Em extase, a murmurar
Poemas que eu não sei dizer...

Era uma vez... Mas há no mundo alguém
Que não saiba de cor
As estrofes ideais,
Vibrantes, triunfais,
Da eterna canção do Amor?

II

Mas, se houver
Um beijo quente
De mulher,
Já novamente
Torna a arder
A chama ideal.

E... que tem?!
Se um beijo é doce,
Sabe bem...
E que o não fosse,
Já ninguém
Num beijo encontra mal!


Cantam-se a 1ª e a 2ª estrofes seguidas, seguindo-se a refrão sem repetições; cantam-se a 3ª e a 4ª estrofes, finalizando-se com o refrão.

Informação complementar:
Valsa-canção com refrão, em compasso ternário (¾) e tom de Dó Maior, composta pelo cantor e guitarrista Serrano Baptista e editada em 1935 na casa Olímpio Medina, de Coimbra, com capa desenhada por Santos Figueira. Esta valsa grangeou enorme populariadade na década de 1930 nos grupos activos nos actos de variedades que complementavam as actuações do Orfeon e nos saraus académicos. Um desses grupos, dedicado à música ligeira e hawaiana era o Hulla’s Player, integrado por Serrano Baptista e seu cunhado Carminé Nobre.
A música, de agradável audição, é claramente influenciada pela banda sonora de filmes norte-americanos que Serrano Baptista visionava no antigo Teatro Avenida de Coimbra, cujas melodias tinha o hábito de anotar.
Não conhecemos registo gravado desta obra nem quem na actualidade a saiba interpretar. Como tal, seria importante que um dos muitos grupos que se dedicam à interpretação da CC quisesse apostar na reconstituição deste tema, conferindo o devido destaque ao refrão.

Transcrição musical: Octávio Sérgio (2010)
Recolha e texto: José Anjos de Carvalho, António M Nunes
Partitura cedida por Joaquim Pinho

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Jorge Tuna

JTuna Fandangando sound bite

Jorge Tuna, acompanhado por Durval Moreirinhas, gravou mais um magnífico disco. Penso que ainda não está editado, pois as nossas editoras vão, paulatinamente, boicotando tudo o que à música de Coimbra diz respeito. Aqui vai uma pequena amostra do que se pode encontrar nesse disco. Servirá para chamar a atenção a quem de direito!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Carlos Carranca enviou-me este poema dedicado a Carlos Couceiro, que fez no passado dia 3, 80 anos. No livro "Coimbra à Guitarra", neste poema, a dedicatória a Carlos Couceiro não ficou registada, por lapso, embora já esteja na edição em francês desta obra de Carlos Carranca.
Neste dia de aniversário, os amigos fizeram uma festa em sua homenagem. Estiveram presentes os cantores: Luiz Goes, Augusto Camacho, Mário Soares da Veiga , José Henrique Dias, Lacerda e Megre, Carlos Carranca, o Maio (não sei o primeiro nome dele). Violas: António Toscano, Soares da Costa e Durval Moreirinhas. Guitarras: Carlos Couceiro (conseguiu acompanhar dois fados e no fim ainda tocou a Balada de Coimbra) e o Teotónio Xavier. O Toscano ainda deu uma perninha na guitarra.
Nota: No poema faltam o til e o acento agudo em algumas letras. Para clarificar o texto, transcrevo dois versos: é o vinho e é o pão... Que o tempo é o de voltar...

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Gostei de ler a peça que dedicaste aos "violas" de Coimbra, essa espécie tão esquecida, tão secundarizada, mas fundamental com os seus bordões para dar o tempero necessário à canção e à guitarrada de Coimbra.
Como agradecimento, aqui vai uma preciosidade: Um autógrafo do Mestre, conseguido a custo num concerto no Avenida em 1953 em que o meu pai me levou com 7 anos apenas e, num cartão de visita, com uma "Bic" verde, me ofereceu esta prenda que, quem sabe, influenciou o meu gosto pela guitarra clássica.
Rui Pato
Nota: Parece-me que o texto é: Recuerdo de A Segovia Coimbra 1953.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Jorge Cravo e os escassos apoios dados ao Canto e Guitarra de Coimbra. Diário de Coimbra de hoje.

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domingo, 3 de janeiro de 2010





Mais uma achega aos violas de Coimbra. Estão acima quatro vídeos, uma pequena amostra do mundo da viola. Desde o "Mago" Andrés Segovia, o das mãos sapudas, passando pelos irmãos Sérgio e Eduardo Abreu, que ainda jovens, incompreensivelmente, se retiraram das salas de concerto para se dedicarem ao fabrico deste instrumento, acabando com Ana Vidovic, se pode ver o quanto de aliciante é este instrumento. Acredito que alguns dos que tocam viola ainda não se aperceberam das suas potencialidades. Eu só tomei conhecimento desse facto, já na faculdade. É claro que na época da minha juventude os tempos eram outros. Foi através de Rui Pato que conheci Andrés Segovia e a sua extraordinária mestria e sensibilidade no dedilhar da viola. Emprestou-me dois EPs com peças executadas por este Mestre, que eu gravei para um velho gravador de fita e que fui ouvindo até à exaustão. Se alguém, ao ouvir estas peças, sentir a mesma estupefacção que eu senti nessa altura, então valeu a pena esta minha abordagem neste Blog.


Para os violas da Guitarra de Coimbra. Não se deixem ficar apenas pelos acompanhamentos. Há um mundo para descobrir para o vosso instrumento. É uma questão do querer. Ouçam esta pequena pérola, dum dos grandes deste instrumento: Alirio Diaz.

As Edições Minerva no lançamento do livro de Jorge Cravo sobre Luiz Goes. Diário de Coimbra de hoje.
É um livro que nos dá uma panorâmica bastante humana sobre a Figura Ímpar deste Cultor do Canto de Coimbra. Muita informação se pode recolher neste trabalho, feito com muita seriedade e competência. Além da descrição da vida artística e não só, de Luiz Goes, tem as letras de quase todas as canções gravadas, várias fotos, discografia completa, etc. É um livro obrigatório para todos aqueles que se interessam pela Guitarra e Canto de Coimbra, tal como a obra de António Nunes, citada várias vezes neste volume, "No Rasto de Edmundo de Bettencourt".